Nós sabemos que a relação com as crianças não depende só da nossa capacidade de dar a resposta certa no momento certo para que as coisas corram bem. O objectivo da aprendizagem das técnicas de relacionamento entre pais e filhos consiste na compreensão dos nossos filhos, e através de uma comunicação positiva aprofundarmos a relação, bem como ajudarmos os nossos filhos a crescerem saudavelmente.

Todas as crianças têm um mundo dentro de si, nesse mundo há alegrias, preocupações, tristezas e até segredos. Se queremos compreender a personalidade das crianças, do que realmente pensam, desenvolver uma relação próxima e criar uma ponte entre pais e filhos, a melhor forma é sermos ouvintes atentos. Devendo os encarregados de educação reflectir se quando comunicam com os filhos, os ouvem atentamente? O autor considera que a fórmula de criar um relacionamento positivo entre pais e filhos reside no facto de os pais ouvirem atentamente o que as crianças querem dizer e não através de ordens ou sugestões.

O que é ser um ouvinte atento? A riqueza da língua chinesa e dos caracteres podem ajudar-nos a reflectir. O carácter “ouvir” inclui três partes “ouvir atentamente”, “olhar atentamente para a pessoa e perceber o que ela precisa” e “comunicar com a pessoa de coração aberto”, ou seja, o carácter reflecte as técnicas de ser um ouvinte atento.

“Ouvir atentamente”: não basta somente ouvir a pessoa, tem de se prestar atenção.

Quando a criança se porta mal, o humor dos pais altera-se, nessa altura os pais reagem a partir de uma posição autoritária ou racional e talvez não concordem com o que a criança disse ou fez, mas se os pais quiserem ouvir com atenção ou compreender o que a criança sente, proponho que os encarregados de educação respirem fundo e contem durante 5 segundos para diminuir a sua atitude reactiva. Quando os pais estão dispostos a ouvir atentamente a criança, esta entende que embora o seu comportamento seja inadmissível, os seus sentimentos não foram desvalorizados.

“Olhar atentamente para a pessoa e perceber do que ela precisa”: tenha atenção aos detalhes, para perceber o que a outra pessoa necessita.

Quando está a comunicar com a criança tem de observar e perceber o que ela está a querer transmitir através do contacto visual e da linguagem corporal, como por exemplo baixar-se até à altura da criança para a ouvir atentamente, assim para além da criança sentir que está a ser respeitada, valorizada e compreendida, também está na verdade a posicionar-se na perspectiva da criança e perceber o que se está a passar, por conseguinte a comunicação é frutífera. Pois a verdadeira compreensão (understand) significa “I stand under you”.

“Comunicar com a pessoa de coração aberto”: foque-se na pessoa à sua frente, seja empático para compreender os seus sentimentos.

Imagine o seguinte cenário: quando a criança corre até à cozinha para dizer à mãe: “O carro que perdi tanto tempo a montar, caiu e está destruído!”

Mãe A: “Tem mais cuidado da próxima vez!”

Mãe B: “Que pena que o carro que perdeste tanto tempo a montar caiu e esteja destruído, sei que neste momento estás muito desapontado e até um pouco zangado!”

Qual das reacções – da Mãe A e da Mãe B – acha que vai motivar a criança a querer comunicar com os pais?

A reacção da Mãe B abrange a intenção e o sentimento da criança, isto é, responde e reage como se estivesse na posição da criança, este tipo de atitude não só permite a criança sentir que os pais compreendem o que pretende transmitir, os seus sentimentos, bem como envolve aceitação e valorização da criança.

Por fim, o autor sugere aos pais para que oiçam atentamente os filhos para perceberem quais são as suas necessidades, enfrentem os humores e os sentimentos dos filhos abertamente, pois somente quando já há um diálogo saudável entre pais e filhos é que se torna possível criar um método eficiente para lidar adequadamente com as emoções e os comportamentos das crianças, permitindo-lhes ganhar forças para enfrentarem os desafios do quotidiano.

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